Petista deve voltar a depor até o
fim do mês como testemunha de defesa de lobista preso na operação que investiga
suspeita de venda de medidas provisórias e proteção contra multas da Receita
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, 6, em
Brasília, sobre a suspeita de venda de medidas provisórias em seu governo.
Segundo a assessoria de imprensa do ex-presidente, ele prestou informações ao
delegado Marlon Cajado "colaborando, como sempre faz, para esclarecer a
verdade". Inicialmente, o depoimento estava marcado para o dia 17 de
dezembro, mas foi adiado para hoje.
Segundo nota divulgada pelo
Instituto Lula, o petista "esclareceu hoje (6/01) à Polícia Federal que as
Medidas Provisórias 471/2009 e 512/2010 foram editadas em seu governo para
promover o desenvolvimento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sem favorecimento
a qualquer setor". "A MP 471/2009 prorrogou, de 2010 até 2015,
incentivos fiscais concedidos desde 1997 e 1999 a indústrias automotivas e de
autopeças instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País e foi
aprovada por unanimidade no Congresso. A MP 512/2010 estendeu os incentivos a
novos projetos destas indústrias, com exigência de novos investimentos em
tecnologia e inovação", diz a nota.
O petista argumentou que as duas
MPs geraram milhares de empregos e que elas foram resultado de
"reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores,
sindicalistas e empresários". A assessoria do ex-presidente destacou que
quando o Congresso acrescentou emenda parlamentar à MP 627 relativa à
tributação de empresas no exterior, em 2013, Lula já não era mais presidente da
República.
A assessoria do presidente frisa
que Lula "não é investigado e nem mesmo testemunha no inquérito". Já
Luís Cláudio Lula da Silva, seu filho caçula, está sendo investigado por
suspeita de receber R$ 2,5 milhões de um dos lobistas investigados pela compra
das MPs. Outro alvo da operação é o ex-ministro Gilberto Carvalho. Os dois
negam ter participado de irregularidades.
Lula deve volta a depor à PF até o
fim do mês como testemunha de defesa do lobista Alexandre Paes dos Santos,
preso e denunciado no esquema. A intimação de Lula e mais 11 pessoas no caso
foi autorizada nesta semana pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, que
conduz a ação penal sobre o caso. Nesta quarta-feira, o lobista, conhecido como
APS, teve negado pedido de liberdade feito ao Supremo Tribunal Federal.
Zelotes - Os investigadores da
Operação Zelotes desbarataram um esquema em que conselheiros e ex-conselheiros
atuavam em conluio para anular ou reduzir multas aplicadas a empresas mediante
o pagamento de propina. As estimativas são de que o balcão de negócios
instalado na entidade possa ter gerado um rombo de até 19 bilhões de reais ao
Fisco. Segundo o grupo de investigação da Zelotes, além do esquema para livrar
multas bilionárias impostas pelo Fisco, empresários e lobistas atuaram também
para influenciar as políticas de desoneração do governo a partir da
"compra" de uma medida provisória no Congresso.
(Com Estadão Conteúdo)
0 comentários: 611s28
Postar um comentário 485c62
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!