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Nesta quarta-feira (4), a Bolívia vive o terceiro dia consecutivo de bloqueios e protestos, que têm gerado confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. Segundo informações da imprensa local, pelo menos 13 policiais ficaram feridos durante os choques, enquanto 20 civis foram detidos.
O epicentro das manifestações é o departamento de Cochabamba, região central do país, onde apoiadores do ex-presidente Evo Morales (2006-2019) instalaram piquetes exigindo soluções para a crise econômica e a participação do líder cocalero nas eleições gerais marcadas para agosto. De acordo com dados oficiais, existem ao menos 20 pontos de bloqueio espalhados por todo o território boliviano.
Na terça-feira, confrontos ocorreram nas localidades de Sipe Sipe e Bombeo, em Cochabamba, onde os manifestantes tentaram retomar um bloqueio que havia sido desobstruído pela polícia pela manhã. Em outro episódio, três policiais ficaram feridos na entrada da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), em Cochabamba, após um explosivo ser lançado próximo aos agentes de segurança.
O movimento ligado ao “evismo” cobra a inscrição de Evo Morales como candidato à presidência, apesar das limitações legais que o impedem. Morales governou o país por três mandatos (2006-2010, 2010-2014 e 2014-2019), e a legislação boliviana restringe o exercício da Presidência a apenas dois mandatos, consecutivos ou alternados. Além disso, o prazo para registro de candidaturas terminou em 19 de maio, e o princípio da preclusão eleitoral impede que o calendário seja prorrogado ou alterado.
Em nota divulgada nesta quarta, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia denunciou perante a comunidade internacional ações “desestabilizadoras” promovidas pelo evismo, atribuindo-as a uma tentativa de “encurtar o mandato do presidente Luis Arce e impor uma candidatura inconstitucional”. A chancelaria fez um apelo para que os países apoiem “a paz e a democracia na Bolívia”.
Além dos seguidores de Morales, outros setores também realizam manifestações há semanas para cobrar medidas contra a crise econômica, controle da inflação e garantia do abastecimento de combustíveis, que têm estado escassos, provocando longas filas em várias cidades. Ontem, a Federação de Juntas Vecinales de El Alto bloqueou a estrada para o Peru, e nesta manhã motoristas de transporte público fizeram uma marcha em La Paz.
Sobre a falta de diesel e gasolina, o governo e a estatal petrolífera anunciaram que o abastecimento será normalizado a partir da próxima semana, com a chegada de combustível nos portos do Chile prevista para este fim de semana.
Em meio à escalada dos conflitos, o Defensor do Pueblo, Pedro Callisaya, pediu calma e prevenção de confrontos. “Exortamos os setores mobilizados a agir sem recorrer à violência e à polícia para intervir respeitando os padrões internacionais
Gazeta Brasil
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