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Tema é debatido até no poder legislativo em diversos estados no Brasil
Rio - Nos últimos dias, a
presença de bebês reborn, bonecos hiper-realistas, em locais públicos como
hospitais, igrejas e creches tem gerado debates acalorados nas redes sociais e
na sociedade em geral. Enquanto alguns veem essas ações como uma forma de superar
carências, outros questionam os limites entre a fantasia e a realidade.
O caso mais emblemático ocorreu em Janaúba, Minas Gerais, onde a influenciadora
digital Yasmin Becker, de 17 anos, levou seu bebê reborn, chamado Bento, a um
hospital local. A jovem simulou uma situação de emergência, alegando que o
"filho" não estava se sentindo bem. Durante a visita, uma enfermeira
entrou na brincadeira, pesando o boneco e "prescrevendo" uma
medicação fictícia. O vídeo da ação viralizou, alcançando milhões de visualizações
e dividindo opiniões. A influencer deixou claro que a ação foi totalmente
armada.
A influenciadora Carolina Rossi, também conhecida como "Sweet Carol",
publicou um vídeo simulando o parto de um bebê reborn. Na gravação, a boneca
aparece dentro de uma bolsa amniótica e com um "cordão umbilical". O
vídeo gerou polêmica nas redes sociais, com muitos internautas questionando a
sanidade da influenciadora.
Em São Paulo, um grupo de mulheres que cuidam de bebês reborn organizou um encontro no Parque Ibirapuera. O evento contou com a participação de influenciadoras digitais que compartilham a rotina com os bonecos. O encontro gerou polêmica nas redes sociais, com usuários questionando a linha tênue entre brincadeira e realidade.
Uma das igrejas mais tradicionais do Brasil, a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Salvador, precisou publicar uma nota em suas redes sociais afirmando que jamais realizariam simulações de batismo em bebês reborn. "Os sacramentos da Igreja são atos sagrados. O batismo, em especial, é um rito solene destinado a pessoas reais, marcando o início da vida cristã”, diz trecho do comunicado.
Na Bahia, uma jovem, de 25 anos,
levou um bebê reborn para receber atendimento médico em uma Unidade de Pronto
Atendimento de Guanambi. A mulher não foi atendida, mas o caso chegou ao
conhecimento da direção da unidade que precisou emitir uma nota explicando
sobre o caso.
"O fato aconteceu na noite deste domingo (18), quando uma jovem de 25
anos, levou um bebê reborn para tentar atendimento da UPA de Guanambi.
Mantivemos contato com a família da jovem para entender sobre o caso. Segundo
eles, a jovem comprou há cerca de um mês a boneca na internet, por R$ 2.800
reais, redobrou os cuidados e já buscaram ajuda profissional", disse a
prefeitura.
Esses casos ilustram como os bebês reborn têm sido utilizados de maneiras diversas, provocando debates sobre os limites entre fantasia e realidade. Enquanto para alguns eles representam uma forma de expressão ou terapia, para outros, certas atitudes podem ser vistas como preocupantes. O fenômeno continua a crescer, alimentado pelas redes sociais e pela busca por conexões emocionais.
Poder legislativo também em
debate
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, no início deste mês, o Projeto de
Lei nº 1892/2023, que institui o "Dia da Cegonha Reborn", a ser
comemorado em 4 de setembro. A proposta, de autoria do vereador Vitor Hugo
(MDB), visa homenagear as artesãs conhecidas como "cegonhas",
responsáveis por confeccionar os bebês reborn. Segundo o parlamentar, muitas
dessas mulheres encontraram na confecção dos bonecos uma forma de superar
traumas, como depressão e perdas familiares, transformando a atividade em uma
fonte de renda e terapia.
"A arte da Cegonha Reborn também tem sido utilizada em diversos países,
como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu, e
ainda, tem contribuído para transformar os adultos colecionadores em mamães e
papais, que am a adotar essas experiencias em suas vidas reais", diz a
justificativa da proposta.
Em contrapartida, A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) está analisando mais
um Projeto de Lei relacionado aos bebês reborn. Dessa vez, a autoria é do
deputado Renan Jordy (PL), que quer proibir o atendimento a bebês reborn nos
serviços públicos do estado, como hospitais, escolas e delegacias. A proposta
está estabelecida no PL N° 5406/2025.
“A aprovação deste Projeto de Lei é essencial para assegurar a racionalidade na
utilização dos recursos públicos, alinhando-se aos preceitos constitucionais e
promovendo a eficiência e a justiça no atendimento à população fluminense”,
defendeu o deputado.
Nas assembleias legislativas de São Paulo, Bahia, Paraíba, Espírito Santo e
Alagoas também já possuem projetos de lei em andamento que desejam a restrição
do uso de bebês reborn em locais públicos como hospitais.
O Dia
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