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Tong Phuoc
Phuc acolhe em sua casa bebês cujas mães não podem
5915m
cuidar deles
(Foto: Reprodução/Facebook/Tống Phước Phúc Orphanage)
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Tong Phuoc Phuc cuida hoje de 18
crianças em Nha Trang. Ele também criou 2 cemitérios para enterrar fetos
abortados.
O vietnamita Tong Phuoc Phuc está
há 15 anos acolhendo em sua casa bebês cujas mães não podem cuidar deles e
enterrando milhares de fetos abortados em dois cemitérios que criou na cidade
de Nha Trang, no sul do país.
Phuc, de 53 anos, se senta em uma
cadeira na sala de estar de sua casa, rodeado de 15 crianças que correm pelos
cantos e só se acalmam quando o pai adotivo liga o televisor e aparecem os
desenhos.
Eles têm entre 3 e 12 anos e
embora não os tenha concebido, os considera seus filhos, já que vivem com ele
desde que nasceram.
"Cheguei a ter 50 em casa,
mas o governo disse que eram muitos e tive que enviá-los a um orfanato
istrado pela Igreja Católica. Agora tenho 18", explicou à Agência
Efe.
"O governo também me obrigou
a transformar a casa em um orfanato para poder registrar as crianças e
escolarizá-las. Agora temos quatro mulheres trabalhando conosco",
acrescenta.
Todas as crianças o chamam de pai
em vietnamita e compartilham, segundo seu sexo, um nome comum: Vinh (honra)
para os meninos e Tam (coração) para as meninas.
"O segundo e o terceiro nome
(os nomes vietnamitas sempre são compostos) são o de suas mães e meu
sobrenome", aponta.
Embora receba ajuda de sua esposa
e de suas quatro funcionárias, Phuc se preocupa muito com a educação dos
pequenos e especialmente com seus resultados escolares.
"Todos os anos organizamos
uma viagem juntos para algum lugar do Vietnã, mas digo que para vir é preciso
tirar boas notas", disse, enquanto mostrava um maço com todos os registros
acadêmicos.
Este devoto da religião católica
começou a receber crianças, mulheres grávida e mães de recém-nascidos em 2001,
pouco depois do nascimento do primeiro de seus dois filhos biológicos.
"Quando estava no hospital
pelo parto da minha esposa, uma mulher abortou e me dei conta de que era um
grande problema no Vietnã. Pensei que tinha que fazer algo para evitar",
indica.
Embora muitos de seus vizinhos lhe
tacharam de louco por assumir uma carga que não lhe correspondia, Phuc começou
a fazer contato com mães que queriam abortar para convencê-las do contrário.
Além de boas palavras e conselhos
éticos, Phuc lhes ofereceu sua casa e cuidar ele mesmo das crianças enquanto essas
mães não pudessem.
"Em sua maioria são
estudantes muito jovens, com três ou quatro meses de gravidez que estão
assustadas por conta de suas famílias, por não ter dinheiro, pelos pais que as
abandonaram", explica.
A princípio acolheu quatro
mulheres grávidas em sua casa, mas cada vez mais foram chegando mulheres e
crianças recém-nascidas.
Após os dois ou três primeiros
meses de vida das crianças, Phuc pede às mães que decidam se voltarão a seu
lugar de origem, se ficarão mais tempo na casa com a criança ou se vão deixando
o bebê com ele.
Proprietário de uma pequena
fazenda agrícola e antigo funcionário terceirizado imobiliário, obtém os
alimentos de sua horta e sua pequena fazenda, que também lhe proporciona algum
ingresso.
"O mais difícil é pagar pelo leite
em pó dos bebês. Quando recebemos doações, só reservo o dinheiro para
isso", comenta.
Além do cuidado das crianças e as
grávidas, Phuc está empenhado a fazer que todos os fetos abortados na região
recebam sepultura.
O Vietnã é o país asiático com maior
índice de interrupções voluntárias da gravidez, com mais de um milhão por ano,
e Phuc quase todos os dias recebe uma chamada do hospital para avisar sobre um
novo caso.
Phuc explicou como limpa o feto
com vinho de arroz, o introduz em uma caixa e o enterra sob uma lápide
minúscula.
Ele calcula que nestes anos foram
sepultados cerca de 14 mil em dois terrenos: um cemitério foi criado para isso
e, nos últimos anos, uma terra adjacente a sua fazenda também é usada com esse
fim.
Muitas das lápides, do tamanho de
um azulejo, estão adornadas com uma flor de plástico, algumas levam inscrito um
nome cristão, outras só "a data de nascimento e de morte" (a mesma),
enquanto poucas (as de crianças que morreram ao nascer) estão decoradas com
brinquedos ou mamadeiras.
Apesar da despesa que lhe
ocasionou a construção do cemitério e a manutenção de tantas crianças e
mulheres (perdeu a conta de quantas aram por sua casa), Phuc se diz
cansado, mas feliz. "Sigo o ditado do meu coração", afirma.
Da Agência Efe
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