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Lula e Falcão em encontro do PT, em novembro ado.
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O combativo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva está abatido, cabisbaixo e bem diferente do falante
ex-sindicalista que movia multidões em piquetes de São Paulo e do político que
liderou comícios pelo Brasil entre os anos 1990 até suas duas vitórias
eleitorais em 2002 e 2006. Aliados dele dizem que os sucessivos ataques que ele
e seus familiares têm sofrido contribuíram para a notável mudança de semblante.
E não faltam razões para isso.
Um documento da Polícia Federal
entregue à Justiça nesta semana itindo que o ex-presidente é um dos
investigados no esquema de “venda” de medidas provisórias que
beneficiaram montadoras de automóveis é apenas uma gota dentro do oceano de más
notícias que o isola. O que mais tem preocupado a família Lula e, por
consequência toda a cúpula do seu partido, o PT, é a suspeita de que ele seria
dono de ao menos dois imóveis (que valem juntos cerca de 3 milhões de reais) e
jamais foram declarados à Receita Federal: um sítio de 173.000 metros quadrados
em Atibaia e um apartamento tríplex de 215 metros quadrados no Guarujá, ambos
no Estado de São Paulo.
Pior, que esses dois imóveis
teriam sido reformados pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, ambas afundadas no
esquema suspeito de desviar bilhões de reais da petroleira brasileira Petrobras
e descoberto pela operação Lava Jato. Seriam uma espécie de presente ao
ex-presidente que foi um dos principais beneficiários pelas doações de
campanhas eleitorais feitas por essas duas empresas nos últimos anos, de acordo
com os investigadores.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta sexta-feira (dia
5), a compra do sítio no interior paulista fora oficializada no escritório de
um compadre de Lula, o advogado Roberto Teixeira. Os proprietários do imóvel
seriam dois sócios de Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula e afilhado de
Teixeira, que é investigado na operação Zelotes, aquela que trata da suposta
venda de medidas provisórias. Até o mês ado Lula era apenas uma testemunha
desta operação que prestou informações aos policiais.
Por meio de seu advogado e de sua
assessoria de imprensa, Lula nega que seja o dono desses imóveis. Diz ainda que
há uma tentativa de macular a imagem do ex-presidente. Sobre o sítio, a
assessoria do petista afirma que ele pertence a amigos da família. Alega que
suas idas ao local – foram 111 nos últimos quatro anos, conforme publicado pela revista Época – seriam apenas
visitas em momentos de descanso familiar. Já com relação ao apartamento, alega
que chegou a comprar uma cota de uma unidade no mesmo condomínio, mas nunca
adquiriu o tríplex.
Movimento de blindagem
“Tocar no presidente Lula é chamar
a gente para a luta. Nós não vamos ter covardia nesse momento”. A fala do
senador Lindbergh Farias (PT-RJ) demonstra bem o movimento de blindagem que
petistas e seus aliados estão promovendo neste momento para proteger o
ex-presidente Lula. Talvez por ser o único nome do PT para as eleições
presidenciais de 2018 e por ser o mentor da maioria dos programas sociais que
ainda têm algum respeito no país, como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa
Família, os governistas lançaram mão de uma força-tarefa em defesa do
presidente de honra dos petistas.
Nos últimos dias, senadores e
deputados ocuparam as tribunas das duas Cas as
Legislativaspara reclamar do tratamento que o ex-presidente sofria da mídia e
de parte dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, além da polícia.
“Há uma caçada em curso. Há uma
determinação explícita de esmagar o poder político de um ex-presidente da
República, por mais bizarro que isso possa parecer”, reclamou o senador
Humberto Costa (PT-PE). “O Lula já foi acusado de tudo em sua vida. Talvez ele
pudesse ser acusado de retirar 40 milhões de brasileiros da miséria”, completou
a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR). O curioso é que os três senadores que mais
defenderam Lula nos últimos dias respondem a inquéritos na Lava Jato.
A blindagem de Lula tem sido
estimulada pelos canais oficiais do PT. O presidente da legenda, o jornalista
Rui Falcão, instou os parlamentares a atuarem na defesa do ex-presidente não só
no plenário, mas também nas redes sociais. No próximo dia 27, durante as
comemorações do aniversário da sigla, haverá um ato em homenagem ao
ex-presidente. “Um ato de solidariedade, mas não um ato de desagravo. Porque
não considero que haja um agravo o tipo de ataque que se faz ao Lula, que
deveria ser respeitado pelo nosso povo por tudo que fez pelo Brasil”, afirmou
Falcão à Agência de Notícias do PT.
Parlamentares de outras legendas
também aderiram à tentativa de proteção de Lula. “Acho que essa política de
desconstrução das nossas lideranças não vai nos levar a lugar nenhum”, disse o
senador Hélio José (PMB-DF). “Não tenho nenhuma dúvida de que o Lula paga pela
sua ousadia, pela sua coragem de quebrar o muro entre o rico e o pobre”,
acrescentou o senador Telmário Mota (PDT-RR).
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